"A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Em indivíduos susceptíveis esta inflamação causa episódios recorrentes de tosse, chiado, aperto no peito, e dificuldade para respirar. A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos tais como alérgenos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios".
"Quando expostos a estes estímulos, as vias aéreas ficam edemaciadas (inchadas), estreitas, cheias de muco e excessivamente sensíveis aos estímulos". (GINA - Iniciativa Global para a Asma)
Na definição acima, temos algumas pistas importantes sobre esta doença:
Doença inflamatória: - significa que seu tratamento deve ser feito com um antiinflamatório
Doença crônica: - a asma não tem cura, mas pode ser controlada.
Indivíduos susceptíveis: - nem todas as pessoas têm asma; é preciso ter uma predisposição genética que, somada a fatores ambientais, determinam a presença da doença.
Episódios recorrentes de sintomas:- os sintomas não estão presentes o tempo todo, são as manifestações de uma piora da inflamação, esta sim presente cronicamente.
A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos: é a inflamação que deixa as vias aéreas mais sensíveis, o que confirma o importante papel da inflamação nesta doença.
Quando expostos a estímulos, as vias aéreas se tornam edemaciadas, estreitas, cheias de muco: - existem estímulos que desencadeiam as crises de asma. A presença destes estímulos, que também chamamos de desencadeadores, causa o inchaço, a presença de muco e o estreitamento das vias aéreas dificultando a passagem de ar, daí os sintomas da asma nos momentos de crise.
Os mecanismos que causam a asma são complexos e variam entre a população. Nem toda a pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser explicados somente pela resposta alérgica do organismo a determinados estímulos.
Se não for tratada, a asma pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de uma pessoa. No entanto, se controlada, é possível levar uma vida produtiva e ativa.
Antigamente, a asma era chamada de bronquite, bronquite alérgica ou bronquite asmática. O nome asma estava vinculado aos casos mais graves. O nome correto é simplesmente ASMA.
A bronquite é, na verdade, a inflamação dos brônquios e diferente da asma pode ter sua causa bem definida, por exemplo, uma infecção por bactérias ou vírus. Também difere da asma por apresentar um tempo de início definido e poder ser totalmente tratada.
Classificação da intensidade da asma
A asma pode ser classificada como intermitente ou persistente. Dentro dos quadros persistentes são definidos diferentes níveis de intensidade da doença: leve, moderada ou grave.
Esta classificação se faz de acordo com a presença dos sintomas (freqüência e intensidade), o quanto interfere no dia-a-dia do asmático e, o comprometimento de sua função pulmonar.
Asma Intermitente
Sintomas menos de uma vez por semana
Crises de curta duração (leves)
Sintomas noturnos esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês)
Provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Leve
Presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez ao dia
Presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês,porém, menos de uma vez por semana
Provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Moderada
Sintomas diários
As crises podem afetar as atividades diárias e o sono
Presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana
Provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) >60% e < 80% do esperado.
Asma Persistente Grave
Sintomas diários
Crises freqüentes
Sintomas noturnos freqüentes
Provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) > 60% do esperado.
CURIOSIDADE
A palavra asma vem do grego "asthma", que significa "sufocante", "arquejante".
O que desencadeia
As principais causas da asma estão associadas à poluição do ar, poeira doméstica, ácaros, mofo, pêlos de animais e alimentos. O problema é agravado pelo uso de carpetes, cortinas e cobertores que servem como fontes de ácaros. A fumaça do cigarro, as mudanças de temperatura, além da gripe, resfriado, uso de certos medicamentos e até mesmo o estresse, podem desencadear uma crise de asma, que se denomina, mais corretamente, de exacerbação da asma.
Existe um risco maior de exacerbações da asma nos dias de inverno sem vento, quando surge uma mistura de nevoeiro e fumaça composta de monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e as partículas em suspensão na atmosfera. Os períodos de queimadas são também bastante penosos para os asmáticos.
Asma e alergia
Estima-se que a alergia seja responsável por cerca de 50% do total de casos de asma.
Os pulmões dos asmáticos são mais sensíveis e, por isso, produzem uma reação a qualquer substância irritante (ou alérgeno) presente no ambiente. Cerca de 80% a 90% das pessoas com asma também sofrem de rinite alérgica.
Alguns fatores ambientais também podem causar crises de alergia respiratória. Durante a primavera, quando ocorre polinização das flores, milhões de grãos de pólen se espalham no ar. Nesta época, segundo a Associação Brasileira de Pacientes Asmáticos há um aumento de cerca de 20% dos casos de asma, com aumento também das hospitalizações por asma.
Os sintomas da alergia são uma reação de defesa do organismo, que age através de um tipo especial de elemento de defesa, os anticorpos chamados imunoglobulina E ou IgE. Esta imunoglobulina é fabricada em grande quantidade pelo organismo da pessoa alérgica e, na mucosa das vias respiratórias, liga-se a células denominadas mastócitos.
A reação do alérgeno (substância que causa alergia) com a imunoglobulina IgE, estimula a liberação de substâncias químicas (mediadores da inflamação) pelos mastócitos, aumentando a inflamação local. Ocorre então inchaço da mucosa que reveste as vias respiratórias, maior secreção de muco e estreitamento das vias aéreas e, com isso, o aparecimento dos sintomas.
Asma e exercício
Os exercícios estão entre os estímulos mais comuns que desencadeiam a asma em crianças e adultos jovens. Algumas pessoas manifestam os sintomas apenas na prática esportiva, enquanto para outras, os exercícios são mais um dos desencadeadores dos sintomas da asma.
Sintomas como tosse, falta de ar e aperto no peito, levam os professores de educação física e técnicos esportivos a confundir a doença com baixa resistência física
O porquê dos exercícios desencadearem ou piorarem a asma não está bem determinado, mas parece ser uma combinação das mudanças de temperatura das vias aéreas durante o exercício com o aumento da freqüência respiratória.
Algumas modalidades de prática esportiva e a intensidade com que são praticadas podem mais facilmente desencadear crises de asma. A corrida está entre as modalidades que mais freqüentemente desencadeiam crises, enquanto a natação está entre as que menos induzem à asma.
O que sempre deve ser considerado é que, se as crises estão acontecendo, sejam elas desencadeadas por exercício ou por outros estímulos, está havendo falha no controle da asma.
O tratamento da asma induzida por exercícios pode requerer o uso de medicação broncodilatadora antes da prática esportiva, como medida preventiva. Também pode ser necessário o uso contínuo de medicação antiinflamatória. O diagnóstico e tratamento adequado devem ser determinados pelo médico.
A asma, se adequadamente tratada e com monitoração regular de seus sintomas, não impede que o indivíduo pratique atividades físicas e que tenha desempenho excelente em sua prática.
Sintomas
A criança pequena pode apresentar chiado como manifestação da asma, porém nesta idade, é difícil estabelecer o diagnóstico correto, pois a asma se confunde com outras doenças respiratórias, como por exemplo, as infecções causadas por vírus. Um bebê que chia não necessariamente desenvolverá asma, mas, a persistência do chiado pode indicar que tem asma relacionada à alergia.
A asma que se manifesta na infância pode persistir por toda a vida, variando em suas manifestações que podem então, na vida adulta, ser mais leves do que na infância ou podem, com o passar do tempo tornar-se mais intensas. A asma ainda pode manifestar-se apenas na vida adulta, porém, não se conhecem quais fatores determinam sua evolução.
Os sintomas da asma na criança, assim como no adulto, são recorrentes, ou seja, não estão presentes o tempo todo. Há períodos em que o paciente apresenta falta de ar, chiado no peito, secreção e um pouco de tosse. Estes sintomas aparecem em diferentes circunstâncias e intensidades e em geral, estão relacionados com mudanças de temperatura, contatos com substâncias irritantes, alérgenos, poeira, ou são desencadeados por exercícios físicos ou estresse.
É importante lembrar que nem todas as pessoas que apresentam alguns dos sintomas têm asma e que eles podem variar de pessoa para pessoa, por isso, é indispensável procurar um médico quando houver suspeita, para um diagnóstico exato.
Os principais sinais de alerta são:
Tosse seca persistente - principalmente à noite;
Sibilância (chiado no peito);
Respiração mais rápida do que o normal;
Faltade ar;
Cansaço físico;
Sensação de aperto ou dor no peito.
A crise de asma pode ser leve e passar espontaneamente ou pode piorar progressivamente. No primeiro momento, os sintomas podem até passar despercebidos, pois muitas vezes a pessoa apresenta apenas a tosse seca e chiado no peito, muito comuns em gripes e resfriados.
Conforme a crise se torna mais forte é inevitável perceber que a pessoa está com problemas, pois a tosse se torna cada vez mais intensa, a sibilância mais constante e a pessoa sente muito cansaço o que acaba interferindo até em suas atividades diárias.
Durante uma crise grave, o desconforto respiratório é intenso, a respiração é difícil e ofegante com movimento das narinas, uso da musculatura do pescoço e do peito para respirar.
Surgem suores, temperatura baixa, cansaço intenso, falta de ar, dificuldade para falar, caminhar ou alimentar-se. Especialmente em crianças, os lábios e unhas ficam roxos ou azulados.
A medida do Pico de Fluxo Expiratório (PFE) fica abaixo de 50% do valor normal da pessoa. Quando a crise chega a esse ponto está mais do que na hora de procurar um pronto-socorro.
Apesar de ser uma doença crônica que deve receber cuidados sérios, é importante lembrar que quem tem asma não deve deixar de fazer suas atividades preferidas, pois com o controle rigoroso, por meio de um tratamento adequado, as crises tornam-se cada vez menos freqüentes e a qualidade de vida completamente normal.
Tenho Asma
O conhecimento da doença é o caminho para o sucesso no controle e na terapia.
Assim, é importante reconhecer seus sintomas, como se apresentam e como evoluem, quais situações desencadeiam as crises de asma e como evitá-las, quais são as repercussões da asma sobre a função pulmonar e como monitorar esta função e finalmente, os medicamentos mais adequados para manter a asma sob controle.
Quando se suspeita de asma, uma das primeiras investigações que se deve fazer é referente ao histórico familiar, pois cerca de um terço de todos os asmáticos possui um parente (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma ou com outra doença alérgica.
Os sintomas da asma variam de pessoa para pessoa e também durante a vida. Deve-se prestar atenção nas dificuldades para respirar que podem se manifestar como cansaço excessivo no dia-a-dia, sensação de aperto no peito e falta de ar, seguidos de chiado e tosse, falta de fôlego para atividades simples como subir uma escada ou uma corrida rápida ao atravessar a rua. Em idosos, esses sintomas podem ser confundidos com problemas cardíacos.
O reconhecimento das situações que desencadeiam a asma são muito importantes, pois se evitadas, pode-se ficar livres das exacerbações da doença.
O importante é que o paciente passe ao médico todas as informações sobre a sua rotina e sintomas. No caso das crianças, uma dica para os pais é observar se os filhos sentem-se inibidos para as atividades físicas e o real motivo para tal inibição. Muitas crianças asmáticas preferem ficar de fora das brincadeiras que exijam muito esforço por sentirem cansaço e falta de ar, o que pode ser um indício de sintomas da doença.
Diagnóstico clínico
Depois de avaliar todas as características do paciente como histórico familiar, sintomas e rotina, o médico deverá realizar alguns exames que ajudam a confirmar o diagnóstico de asma.
Espirometria
Também conhecida como prova de função pulmonar - ou exame do "assopro" -, esse exame identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar assim como a resposta ao tratamento. Pode ser realizado no próprio consultório ou em laboratórios, e é muito simples de ser feito.
Outros exames também podem ser solicitados como o raio-X do tórax e exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico).
Como tratar
O fator fundamental para diminuir a freqüência das crises e manter a asma sob controle é a conscientização do paciente, da família e pessoas próximas ao asmático, ou seja, todos precisam estar capacitados a lidar com a doença
As crises graves de asma podem levar à morte e pesquisas recentes demonstraram que a maioria dos casos fatais ocorreu no caminho para a emergência. Isto poderia ser evitado se houvesse maior conhecimento do paciente, familiares sobre a gravidade dos sintomas e a busca precoce do atendimento emergencial.
Todo paciente com asma deve ter em mãos um "plano de ação", elaborado pelo médico com um passo a passo sobre o que fazer durante uma crise, além do controle dos sintomas.
Os objetivos do tratamento da asma são:
Controlar sintomas
Permitir atividades normais - trabalho, escola e lazer
Evitar crises, idas à emergência e hospitalizações
Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio
Manter a função pulmonar normal ou a melhor possível
Minimizar efeitos adversos da medicação
Prevenir a morte.
O maior impedimento para que se atinjam objetivos é a falta de adesão ao tratamento recomendado pelo médico, o que muitas vezes é gerado pelo medo de uso de medicações. Mitos como os de que a medicação vicia, a "bombinha" mata e os corticóides engordam, acabam por reduzir o uso das medicações recomendas e afastar os pacientes do controle da asma. (Sociedade Brasileira de Asmáticos)
USO DE MEDICAMENTOS
Todo paciente bem orientado e corretamente medicado deve dispor de dois tipos de medicamento: um para ser usado nos momento da crise (medicamento de alívio), e outro para evitá-la (medicamento de manutenção). O tratamento ideal deve ser estabelecido pelo médico.
Uma vez que a asma é uma inflamação, os medicamentos recomendados para o tratamento de manutenção são os antiinflamatórios. Dentre estes, os corticóides inalatórios são o tratamento de escolha para o tratamento da asma. O uso regular dos corticóides inalatórios diminui em longo prazo, a inflamação dos brônquios, o que leva a uma melhora geral da doença, com crises menos freqüentes e de menor intensidade e que podem ser resolvidas mais facilmente com o broncodilatador.
Medicamentos de alívio
Atualmente estão disponíveis nas farmácias vários medicamentos de alívio dos sintomas da asma, medicamentos chamados broncodilatadores.
Os broncodilatadores dilatam as vias aéreas que estão contraídas na crise asmática, permitindo assim, a melhor passagem do ar.
Os broncodilatadores mais utilizados estão disponíveis em sprays, popularmente conhecidos como bombinhas. Outros medicamentos, como, por exemplo, os corticóides inalatórios, também são dispensados em sprays; portanto, dizer que usamos uma bombinha para o controle da asma é a mesma coisa que dizer que tomamos um comprimido para controlar a pressão; ou seja, com esta simples explicação não é possível identificar qual tratamento está sendo realizado.
Ao contrário do que se pensa, as medicações liberadas em spray são bastante seguras. Ao inalar uma dose, o medicamento é liberado diretamente nos pulmões e seu efeito muito mais rápido. Por estarem rapidamente disponíveis nos locais de ação (os pulmões), são necessárias doses menores de medicamentos inalatórios em relação às doses que seriam necessárias caso o medicamento fosse administrado em comprimidos ou xaropes.
O uso de medicação broncodilatadora é destinado somente para o alívio dos sintomas da asma. Assim, toda vez em que houver necessidade de sua utilização em intervalos menores do que 4 horas é sinal de que a crise de asma é intensa, sendo então recomendado procurar assistência médica.
A medicação de alívio não pode ser o único medicamento para a asma. O paciente deve sim usar todos os dias a medicação de controle, determinada pelo médico, evitando assim a necessidade de uso de medicamento de alívio.
Medicamentos de prevenção
Os corticóides inalatórios são antiinflamatórios recomendados para a prevenção e controle da asma.
Seu uso diário traz os seguintes benefícios:
Redução dos sintomas diurnos e noturnos
Redução das exacerbações
Redução do uso de medicação de resgate
Melhora da função pulmonar
Redução da inflamação
Redução das faltas à escola e ao trabalho por causa da asma
Redução das hospitalizações
Melhor qualidade de vida.
Dois fatores são muito importantes para que estes benefícios sejam alcançados: uso correto do dispositivo e uso diário regular dos corticóides inalatórios.
Os corticóides inalatórios podem estar disponíveis em aerossol - spray ou em dispositivos de inalação em pó. Ambos liberam a medicação rapidamente aos locais onde precisam agir, as vias aéreas. Existem ainda outros medicamentos antiinflamatórios para o uso contínuo, dispensados por comprimidos para uso oral. Estes, porém não são tão eficazes quanto os corticóides inalatórios.
Os corticóides inalatórios não trazem alívio imediato dos sintomas, mas devem ser usados regularmente para que os sintomas não apareçam.
Tipo de inaladores
Existem vários tipos de inaladores no mercado que diferem na forma de liberação da medicação e em como são disparados.
São eles:
Nebulizadores
Aerossol dosimetrado spray ou "bombinha"
Inaladores de pó-seco .
A determinação do melhor dispositivo a ser utilizado deverá ser discutida com o médico; devem ser considerados o tipo de medicação, a facilidade de uso, a praticidade e o custo da medicação.
Ajudando seu médico a controlar a Asma
Use rotineiramente ou sempre que julgar necessário o medidor de pico do fluxo.
Faça registros de suas medidas de pico do fluxo, seus sintomas e a necessidade de medicação de alívio.
Se estiver apresentando sintomas, agende uma consulta para rever seu tratamento.
Durante a consulta, passe a seu médico todas as informações que considerar necessárias para que ele possa fazer uma avaliação segura do atual estado de sua asma.
Jamais omita a informação de que deixou de tomar a medicação ou exagerou no uso da "bombinha".
MANEJO DA ASMA
Medindo o Pico do Fluxo Expiratório
Todo paciente asmático deve ter em mãos um aparelho medidor do pico do fluxo expiratório (PFE). Esse aparelho é tão importante quanto um termômetro ou o aparelho de medir a pressão arterial, pois assim como a temperatura e a pressão, a asma pode ser mais bem controlada quando é medida.
O medidor do pico do fluxo avalia o fluxo de ar no momento da expiração. Seu médico pode informar qual o valor do PFE esperado para você, tendo por base sua idade, sexo e altura.
Quando a asma está sob controle, o fluxo de ar é normal ou muito próximo do valor esperado. Porém, mesmo antes da percepção dos sintomas de uma crise de asma, o pico do fluxo expiratório pode estar diminuído, evidenciando a obstrução das vias aéreas.
O sistema de semáforo foi estabelecido para ser um guia de ajuda para os pacientes no manejo da asma.
Assim que seu PFE for estabelecido, todos os esforços devem ser feitos para manter os valores no mínimo em torno de 80% deste valor. Veja o que cada cor do "semáforo" indica:
Zona verde
PFE entre 80% e 100% do melhor PFE esperado:
SIGA - Você deve estar relativamente livre de sintomas e pode manter os medicamentos
em uso. Zona amarela
PFE entre 50% e 80% do PFE esperado: ATENÇÃO
- A asma está piorando. Um aumento temporário na medicação para a asma é indicado.
Se você usa medicação crônica, a terapia de manutenção irá provavelmente precisar
ser aumentada. Entre em contato com seu médico para ajustar seu tratamento.
Zona vermelha
PFE abaixo de 50% do PFE esperado: PERIGO
O controle da asma está falhando. Use seu broncodilatador inalatório. Se
o PFE não retornar à zona amarela, entre em contato com seu médico imediatamente,
ou inicie o tratamento orientado para os momentos de exacerbação da asma.
Este sistema de semáforo é apenas uma recomendação para simplificar o manejo da asma. O sucesso do controle da asma depende de uma parceria entre o paciente e o médico.
Evitando os Desencadeadores
As exacerbações da asma podem ser causadas por uma variedade de desencadeadores estando entre os mais comuns a poluição, os alérgenos presentes no ambiente, alimentos e medicamentos. As mudanças bruscas de temperatura, os exercícios e mesmo as emoções intensas podem desencadear os sintomas da asma.
Alguns destes desencadeadores podem ser evitados, como por exemplo, os alérgenos presentes na poeira doméstica. Manter o ambiente sempre limpo e ventilado, evitando o acúmulo de poeira e umidade em móveis, cortinas, carpetes, e ainda promover a lavagem regular de cobertores, roupas de cama e almofadas são boas dicas para deixar as crises de asma bem longe.
A Asma e seus mitos
Desfaça-se de preconceitos e deixe de lado as crenças populares, como as de que simpatias, chás e rezas podem curar a asma. Obtenha o máximo possível de informações sobre a doença e lembre-se: a asma por enquanto é uma doença que não tem cura, mas pode ser tranqüilamente controlada.
O uso de corticóides inalatórios não engorda e é bastante seguro. Existem muito mais benefícios do que riscos com o uso diário dos corticóides inalatórios que promovem o controle da asma, a redução das crises e a melhor qualidade de vida.
Bombinhas não matam e não viciam. As bombinhas são apenas a forma como os medicamentos estão disponíveis. Dentro de uma bombinha podemos encontrar os corticóides, broncodilatadores ou a combinação deles. O que mata é a asma fora de controle.
Broncodilatadores não fazem mal à saúde. O que faz mal é a asma sem controle quando então se usa broncodilatador em excesso, podendo não acontecer a melhora esperada dos sintomas. Por isso, caso não ocorra o alívio esperado dos sintomas com os broncodilatadores, procure o atendimento de emergência.
Esforços físicos pioram a asma. A asma sem controle não permite os esforços, mas se bem controlada, não existe atividade física que não possa ser realizada.
Criança e Asma
A asma é uma doença freqüente na infância, sendo comum que a primeira crise surja antes dos 4 anos de idade. O diagnóstico é mais difícil por que as crianças não sabem expressar o que estão sentindo e os chiados nessa idade podem sinalizar várias doenças.
Em crianças pequenas, as vias respiratórias são estreitas e delicadas, estando mais sensíveis aos agressores do ambiente como alérgenos, vírus e bactérias. As doenças respiratórias, principalmente as causadas por vírus, são muito comuns na criança pequena sendo freqüentemente observada a presença de chiado no peito.
Quando se suspeita de asma, uma das primeiras investigações que se deve fazer é referente ao histórico familiar, pois cerca de um terço de todos os asmáticos possui um parente (pais, avós e irmãos) com asma ou com outra doença alérgica.
Nas crianças geneticamente predispostas o chiado pode persistir até mais tarde e então ficar mais evidente a presença de asma.
É importante informar ao pediatra a presença de:
Asma na família - pais, tios ou irmãos com asma
Chiadeira quando bebê ou quadros mais intensos de bronquite
Alergias na pele
Coriza (catarro esbranquiçado) mesmo não estando resfriado.
Crianças asmáticas comumente apresentam outras doenças alérgicas como rinite e eczemas. Nas crianças pequenas, a rinite prolongada pode fazer com que a criança respire com a boca aberta, causando redução do apetite, agitação e roncos durante o sono.
Dicas aos pais
Estejam atentos, pois "nem tudo que chia é asma".
Coloquem em prática o plano de tratamento da criança e informem aos professores, ou seja, pais e professores devem saber quais atitudes tomar no momento de uma crise. O mesmo vale para viagens ou quando a criança for passar um período fora de casa.
Confiem na medicação prescrita e sigam sempre a orientação médica.
Aprendam a reconhecer o grau de intensidade das crises
Asma leve
criança tosse, chia, mas brinca, se alimenta e dorme bem.
Asma moderada
a tosse e o chiado atrapalham as brincadeiras e a criança acorda à noite.
Asma grave
criança não brinca, não consegue dormir e sente muita falta de ar.
E lembrem-se: A criança asmática pode ter uma vida completamente normal.
Fonte: www.asmasobcontrole.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por seu comentário ele é muito importante pra mim, para que eu possa oferecer coisas mais interessantes a cada dia.